Defesa de mestrado pelo grupo Brazlipo – Mestre Raquel Muniz
Como mais uma pesquisa do grupo Brazlipo, no dia 30/09/2024 aconteceu a defesa de mestrado da Raquel Muniz, pelo programa de pós-graduação da UFRJ. O tema da pesquisa foi a avaliação de densidade e microarquitetura óssea em pacientes com lipodistrofia parcial familiar. A banca contou com outras participantes do grupo Brazlipo, as professoras Joana Dantas e Natália Guidorizzi.
O objetivo do trabalho foi a avaliação do risco de fraturas em pacientes com lipodistrofia parcial familiar (LPF), avaliando possíveis fatores envolvidos nessa associação.
Dessa forma, foi realizado um estudo transversal que selecionou 24 pacientes de um ambulatório específico para LPF e 20 controles a partir de um banco de dados de indivíduos saudáveis. Pacientes e controles foram submetidos a avaliação clínica e exames para avaliar a densidade óssea e a microarquitetura por absorciometria de raios X de dupla energia (DXA) e tomografia computadorizada periférica quantitativa de alta resolução (HR-pQCT).
Entre os resultados que chamam mais atenção, foram identificados maiores valores de Z-score de coluna e fêmur no grupo de LPF em relação ao controle. Enquanto isso na microarquitetura do rádio foi observada uma diferença significativa no diâmetro da porosidade no rádio, com valores mais altos no grupo LPF. No entanto, na avaliação do subgrupo de LPF com diagnóstico de diabetes (15 participantes) houve maior espessura trabecular do rádio em relação ao grupo controle, o que possivelmente se relaciona à um perfil de maior resistência à insulina desse subgrupo.
Apesar dos achados de maior Z-score e maior espessura trabecular, duas pacientes apresentaram fratura de fêmur após queda da própria altura durante o estudo – após 20 anos de diagnóstico de DM e fatores de risco adicionais para fragilidade (uma paciente com episódios de diarreia por síndrome do intestino irritável e outra com redução de mobilidade)
O estudo conclui que pacientes LPF — especialmente aqueles com DM2 — exibem alterações na microarquitetura óssea, incluindo aumento do diâmetro da porosidade e espessura trabecular. Apesar dos escores Z normais ou mesmo elevados na DXA, fraturas por fragilidade podem ocorrer, o que mostra que precisaremos de mais estudos para definir estratégias com exames de imagem para prevenir fraturas nessa população.
